domingo, 19 de janeiro de 2014

Festa do Bom Jesus de J, Maria da Silva as margem do Rib. Vermelho

                            FESTA DO BOM JESUS



Nos idos mil novecentos e cincoenta até os anos sessenta, realizavam-se grandes festas em louvor ao Bom Jesus, padroeiro de Ribeirão Vermelho do Sul.
O ponto principal, e mais esperado da festa era a carruagem, quando várias carroças carregadas de lenha, eram doadas para serem leiloadas.
Os animais eram enfeitadas com bandeirinhas de várias cores fixadas nas “coalheiras e tapas” como eram denominados os arreios pelos quais os animais eram atrelados às carroças.
Como na época , ainda não havia fogão a gás, e todas as casas usavam fogão de lenha, as carroças e carros de boi carregados de lenha, eram disputados no leilão, levando-os aquele que fizesse a melhor oferta.
As festas daquela época, eram abrilhantadas pela banda de música, que era formada por músicos da própria cidade, entre eles, Lázaro Rocha, Dante Biglia, Rochinha, Adolfo Benk, Jacinto, Ziquinho, Chede, Zé Biglia, Santino, Edmundo, Zé Paiva, Dito Paiva, Pedro Carlos e na percussão: Zé Costa, João da Laurinda, Adolfo da Deolinda, Dito Lebre entre outros, me perdoem se não me lembrei de alguns.
Em uma destas festas, os festeiros, Dito Rezende e sua esposa, dona Julia, donos de uma pensão na cidade, recebiam as prendas e atendiam a todos os que chegavam, com aquela educação e simpatia que lhes eram peculiares.
Lá no coreto, a bandinha que era chamada carinhosamente de “furiosa”, executava um dobrado atrás do outro,
De repente os percussionistas começavam a cantar:
                      “Senhor festeiro
                       está na hora
                       mande o conhaque
                       aqui pra fora”
Isso se repetia várias vezes, até o festeiro mandava um litro de conhaque, que era consumido rapidamente.
Pouco tempo depois, novamente se ouvia.
                       “Senhor festeiro
                         está na hora
                         mande o conhaque
                          aqui pra fora”.
E lá ia o Zé Maguidala: “Nho Dito, Nho Dito, os tocado tão quereno mais conhaque”.
__”Otra vez”, Respondia o festeiro, “eles que vão tomá no fioti, assim eu não agüento, leve esse litro preles e fale que chega”.
O maguidala ia servir os músicos, na esperança de beber uns goles também.
Passado algum tempo, voltava o Zé Maguidala:”Nho Dito, Nho Dito, e pro sinhor mandá mais conhaque”.
__E o Dito Rezende esbravejava:”Puta que pariu, eles que vão tomá no burco, num há o que encha o bucho desses beudos”.
Mas a dona Júlia intervinha: ”Dito dê o conhaque preles, se não eles não vão tocar na procissão amanhã”. Ela se ia mais um conhaque, e assim transcorriam as festas em louvor ao Bom Jesus, padroeiro de Ribeirão Vermelho do Sul.



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