O SAPATO DA SOGRA
Em
uma noite estrelada, o Zé Pereira saiu para dar uma namoradinha, em mais uma
aventura extra conjugal.
Lá
pelas onze horas, quando retornava ao lar, vinha matutando sobe a desculpa que
daria à esposa sobre sua demora.
Chegando
em casa, após guardar o carro na garagem, sentiu aliviado ao ouvir a voz de sua
sogra que viera visitá-los. Afinal com a presença da mãe, a sua esposa não iria
indagar sobre sua demora, onde tinha ido e o que estava fazendo até aquelas
horas.
Entrando
em casa, abraçou sua sogra, fingindo imensa alegria pela visita de tão querida
pessoa, juntos foram comer uma deliciosa janta, a base de frango caipira,
preparada pela esposa do traidor, que alegando uma dor de cabeça foi logo
deitar-se, deixando mãe e filha pondo a prosa em dia.
No
outro dia ,quando levantou-se o Zé encontrou a sogra tomando o café da manhã, e
logo que o viu a velha foi falando.
__Bom
dia, meu genro, espero que tenha dormido bem.
__”Bom
dia, sogrinha querida”, respondeu o Zé, “claro que dormi bem, quem tem boa
conduta, sempre dorme bem”.
__Viu,
deixe de falar mentiras, hoje eu quero que você me leve no sitio do Gentil, eu
vou comprar uns queijos para levar pra casa.
__”Tá
bom, eu levo sim, a hora que a senhora quizer” e saiu pensando: “Ô veia ôce não
sabe o galho que você me quebrou com sua presença aqui em casa ontem”.
Após
o almoço , o Zé pegou o carro e levou a esposa e a sogra para aquele passeio.
Lá
pelo meio da viagem, o Zé sentiu que havia algo em baixo do seu banco que batia
no seu calcanhar; Passando a mão para ver o que era, sentiu o contacto com um
sapato feminino, e assustado pensou: Xi, a morena que saiu comigo ontem,
esqueceu o sapato no carro! Se a minha mulher ver o sapato, o pau vai quebar,
vou ter que jogá-lo fora. Encontrou a solução logo:
“Épa,
parece que o pneu da frente murchou tá puxando o volante” disse o Zé”. Vou dar
uma olhada”.
Quando
abriu a porta do carro, derrubou o sapato na estrada, e após sair do carro, foi
empurrando a prova do adultério com o pé até o barranco. Quando viu as
mulheres olhando o gado na invernada, do
outro lado da estrada, ele rapidamente, pegou o sapato e jogou-o no mato.
“Bão,
era impressão minha”, exclamou o José ao entrar novamente no carro,” está tudo
bem “, e a viagem continuou.
Chegando
na casa do Gentil, o Zé estacionou o carro em uma sombra e após cumprimentar o
amigo, notou que sua sogra procurava algo dentro do carro, e lhe perguntou:
__A
Senhora tá procurando alguma coisa?
__Num é, eu
tirei os sapatos pra descansar os pés e achei só um, o outro sapato sumiu, será
que tem buraco neste carro?
__”Puta merda”,
pensou o Zé, “num é que eu joguei fora o sapato da veia, pensando que era o
sapato da biscate de ontem à noite”.
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