TUFÃO E TUFINHO
Em
frente ao armazém do Paulo Coluço, situado na praça da Matriz, esquina com a
Rua do comércio, hoje Justino Brizola, havia uma grande pedra e um banco onde
nos fins de tarde, algumas pessoas se sentavam para bater um papo e por a prosa
em dia.
Em
uma dessas tardes, estavam entre outros reunidos ali, o Martimiano, o Rochinha
o Pedro Carlos, o Felipinho, o Lalau, o Fabrício, o Nego Medrado, O Quim Gomes,
o João Neco, o Zé Batista, o João Alfredo e o próprio Paulo Coluço ouvindo o
Luiz farmacêutico contar como ele e seus páis vieram de Portugal, fugindo da
revolução e da ditadura de Salazar.
Prolongando
sua narrativa, contou que certa vez, um tufão assolou sua cidade natal às
margens do rio D`ouro lá em Portugal.
Segundo
ele, o vendaval derrubou árvores centenárias, casas e até parte de um castelo
medieval, esse tufão destruiu o calçamento da cidade, arrancando pedras que
calçavam a rua principal da cidade.
O
Ziquinho Tomé, resolveu intervir e arriscou:
__Pois
é seu Luiz, aqui tamém deu um tufão, uma veis, qui o Sinhor pricisava ver,
cubriu as ruas de poeira, e levantô até jornar veio que tava jogado na rua.
__”O
burro”, atalhou o farmacêutico “aquilo não é tufão”.
__”Num
é tufão?” tornou o Ziquinho “intão é tufinho”.
E
as risadas acabaram com a conversa, e o farmacêutico foi pra casa resmungando.
“Não
dá pra conversar com idiotas”.
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