terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Vai ter carnaval em Riversul


















































domingo, 23 de fevereiro de 2014

Festa do Divino as margem do Rib. Vermelho com J. M. Silva

FESTA DO DIVINO





                   “Viva o Divino Espírito Santo”, bradou o João Néco, empoleirado em cima de um caixote de madeira, que servia de embalagem aos famosos sabão coringa.
                   _ “Viva”, respondeu a pequena multidão que estava em frente da Casa da festa, naquela fria manhã de maio.
                   O João da Laurinda , ateou fogo no rojão “cabeça de macaco” que subiu aos ares e cujo estrondo era ouvido a uma légua de distancia.
                   A banda, comandada pelo Zé Melilo e Zé Gaspar e formada pelos músicos, Dante Biglia  , Edmundo, Zé Biglia , Lázaro Rocha, Pedro Carlos, Rochinha, Dito Paiva, Dito Paiva, Zé Paiva, Dito Lebre, Tiquinho, Jacinto, Adolfo Benk, Adolfo Preto, João Costa, Afonso pedreiro, Richardi , entre outros, tocava um dobrado que arrepiava os ouvintes e saía tocando pelas ruas da cidade, fazendo a tradicional alvorada.
                   Lá dentro da casa da festa, a Elisa preta, a nhá Laurinda e a Rosa Costa acendiam o fogão de lenha, para fazerem aquele gostoso café, que seria servido com o bolo francês feito pela dona Euclídia do Antonio Bento, com as roscas feitas pela dona Ernesta Coluço e as brevidades da dona Eudóxia Rezende.
                   Enquanto isso a banda de musica seguia tocando pelas ruas em direção a casa dos festeiros, que este ano eram o Joaquim Bíglia e sua esposa dona Maria, conhecida como Maria do Quim.
                   Quando a banda chegou, o casal já estava posicionado em frente a casa , e ostentando orgulhosos a bandeira do Divino.
                   Após ouvirem uma música em sua homenagem , o casal, sempre escoltado pela banda e por uma pequena multidão, dirigiu-se a casa da festa, onde seria entranada a bandeira e seria servido o santo café às pessoas presentes.
                   Após o café os festeiros foram conferir como estavam os preparativos para a festa, e foram informados pelo João Néco.
                   _ O Mané Rezende, o Arvico e o Eurico da Mena, já salgaram os cabritos, os frangos e as leitoas e atearam fogo nas fornalhas, lá pelas dez horas, já ta tudo assado, as latas de doce já tão todas cheias, os bolos e os pães de ló já tão tudo na prateleira e o Jamil Loureiro vai gritar o leilão.
                   Enquanto conversavam, a Maria dava ordens na cozinha.
                   _ O Quim, mandou o Ivo e o Zé Munhós picarem o boi e é pra vocês fazerem bastante carne com mandioca e é pra todos comerem, não é pra ninguém que estiver aqui ficar sem comer viu.
                   _ “ Qui hora qui é pra fazer o armoço?” Perguntou a Elisa.
                   _ “Podem começar já”, respondeu a festeira “as carroças de lenha para a carruagem já estão chegando, e até as dez horas já serão leiloadas.”
                    E assim começava a festa do Divino Espírito Santo.
                   Alvorada com a banda de música, os rojões, o desfile das carroças de lenha pelas ruas da cidade, o leilão da lenha doada, em seguida o almoço para todos os presentes, sem distinção ou discriminação.
                   A noite, a banda se acomodava no coreto, montado em frente à casa da festa e tocava suas belas músicas.
                   No barracão coberto com sapé e cercado com folhas de coqueiro e de cedrinho, eram leiloados, assados, bolos e bebidas, os doces eram vendidos em um balcão improvisado e a festa transcorria até a madrugada.
                   No domingo após a missa das dez o povão vinha comprar assado para o almoço e a festa recomeçava.
                   As quatro horas o padre rezava a missa e após realizava-se a procissão, com os festeiras carregando a bandeira do Divino, pelas ruas da cidade, e quando retornavam à igreja eram recepcionados pelos estouros dos rojões e da bateria, que consistia em um conjunto de bombas que ligadas por um pavio iam estourando uma a uma.
                   Os congregados Marianos distribuíam para as crianças os cartuchos, que eram uns saquinhos feitos de papel crepom cheios de doces, balas e pedaços de bolo, e a criançada fazia a festa.
                   Enquanto isso era feita a escolha dos novos festeiros e desta vez foram sorteados o Rezendão e sua esposa dona Eudóxia.
                   Em seguida a comitiva descia para a casa da festa, sempre ao som da banda de música, e os novos festeiros carregavam a bandeira.
                   A festa continuava até tarde da noite e assim se realizava mais uma festa em louvor ao Divino Espírito Santo na paróquia de Ribeirão Vermelho do Sul.